segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O PORCO QUE CONFESSOU SER RAPOSA NA LAVA JATO




[OBS deste blog 'democracia&política': 

Não sei por que, mas a muito badalada Operação Lava Jato e suas prisões de suspeitos por longos períodos, sem provas, sem ouvi-los, até que haja suas "delações premiadas" unidirecionais, me fazem recordar uma piada que surgiu no RJ nos anos 70 ou 80. 

Contava que a família real inglesa promoveu um campeonato mundial de caça à raposa na região de Gloucestershire, sudoeste da Inglaterra

O Brasil enviou uma equipe da polícia do Rio de Janeiro somente com sua usual camionete Chevrolet "Veraneio" velha e amassada. Não levando cavalos, nem cães, como era a tradição do nobre evento.    

Iniciada a competição, em poucos minutos regressou vencedora a equipe brasileira, surpreendendo os juízes e a assistência. Nossos policiais abriram a desmantelada porta traseira da camionete de onde saiu um porco mancando, todo ensanguentado, gritando "Eu sou raposa! Eu sou raposa!".

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FÁBRICA DE JUÍZES "SOB ENCOMENDA"

Vejamos o artigo abaixo do blog "Tijolaço". Todos já sabemos que, para os procuradores da Lava Jato, os operadores do PSDB, DEM, PPS "não vêm ao caso". Quando o doleiro Youssef delatou na operação Lava Jato desvios de dinheiro em Furnas envolvendo Aécio Neves e diversos políticos do PSDB, Youssef foi interpelado pelo juiz, que lhe orientou dizendo que a operação Lava Jato se referia somente a desvios na Petrobras (e posteriores a 2002?), portanto, Furnas estava "fora da questão"...

Na semana passada, os condutores da Lava Jato criaram polêmica contra decisão do STF por cumprimento da jurisprudência sobre juiz natural. Defendem que, independentemente dos desvios na Petrobras, todos os ilícitos são conexos e levam a um criminoso projeto de manutenção do poder do governo federal. Por isso, têm que permanecer julgados somente pela Lava Jato. Foram nisso apoiados pelo isento [sic] ministro Gilmar Mendes, em entrevista muito repercutida na mídia. Sendo assim, as ações, quaisquer que sejam, não poderiam ser desmembradas para outros juízes e procuradores, porque eles teriam de tomar pé dos procedimentos em curso e aprender a trabalhar com os atuais procuradores, com suas experientes visões unilaterais antiPT, e compreender que tudo fora disso "não vem ao caso"].

Prisão conforme o freguês, juiz só sob encomenda?

Por FERNANDO BRITO

"Há duas “reportagens”, hoje [domingo], que são de estarrecer.

A primeira, na tucana "Folha", é quase um “pé no pescoço” do novo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Marcelo Navarro, que, diz o jornal, é visto “com reservas por investigadores da Lava Jato”.

A razão das reservas é que o relator do STJ hoje, com os casos sob sua relatoria, o desembargador convocado – provisório, portanto Newton Trisotto, sempre acompanha as decisões de Sérgio Moro.

Passa-se, daí, automaticamente, a colocar sob suspeita o novo ministro, por supostas preferências políticas.

O magistrado soube se aproximar de pessoas próximas à presidente. Ele ganhou pontos com Dilma por uma decisão favorável ao acesso de alunos sem-terra a uma universidade de Sergipe.”

A matéria cita que Navarro teve apoio de senadores de oposição como José Agripino, do DEM.

Mas não diz que Navarro foi um nome praticamente incontestado pelos senadores: 65 votos a dois por sua indicação. E não se diga que isso foi em outra época,antes da Lava-Jato. Foi há um mês, apenas.

O ministro (aliás, originário do Ministério Público Federal) , portanto, fica na situação de decidir entre se vai, simplesmente, decidir com um carimbo de “aprovado” tudo o que lhe vier das decisões de Moro ou, se entender diferente, ser apontado como “cúmplice” de corruptos e corruptores, sejam supostos ou comprovados, tanto faz.

A outra, no [também tucano jornal] Estadão, é a “comemoração” pelos 100 dias de cadeia do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

É inacreditável que se mantenha uma pessoa presa por tanto tempo sem condenação ou risco plausível à sociedade ou à investigação.

O “perigo” que Odebrecht oferece só poderia ter um nome e este não está preso: o dinheiro. Nada o impede de, por ordens aos advogados, usar esta “periculosidade”.

Igualmente, não tem apoio algum na facilidade da investigação: ele foi ouvido apenas uma vez ao longo desse tempo.

Se você quer avaliar bem o significado disso, imagine, por exemplo, o que aconteceria se a Odebrecht estivesse sendo acusada de propinagem em um dos inúmeros negócios de privatização que realizou no Governo PSDB/Fernando Henrique.

Aí, claro, não faltaria quem dissesse que a prisão era arbitrária e “ideológica”. Coisa de “comunista”.

Não faltaria mesmo um Gilmar Mendes para dar-lhe um “habeas-corpus canguru” e os 100 dias de cadeia seriam apenas um, como para Daniel Dantas.

A razão da prisão é uma só, simples e clara: fazê-lo acusar a quem se quer acusar, o que funcionou com a maioria dos empreiteiros presos e, ao menos até agora, não funcionou com Marcelo Odebrecht.

Na melhor “jurisprudência”, não do Judiciário Federal, mas daqueles delegadozinhos “do coronel” de algum rincão sertanejo perdido no passado: “deixa em cana aí até abrir o bico”."

FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/prisao-conforme-o-fregues-juiz-so-sob-encomenda/). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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