quinta-feira, 17 de julho de 2014

A SONEGAÇÃO DOS RICOS




AUMENTA NOS EUA E EUROPA A CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E A SONEGAÇÃO 

Economista do BCE afirma que concentração de renda é maior do que se pensava

Do "Jornal GGN":


"Estudo do economista Philip Vermeulen, publicado no site do "Banco Central Europeu", mostra que a concentração de renda é maior do que se pensava. Vermeulen defende que a parte mais rica da população tende a "omitir os dados reais sobre sua renda". 

[OBS deste 'democracia&política': essa última frase é eufemismo para dizer delicadamente que os ricos sonegam mais, roubam impostos, dinheiro público. 
No Brasil, segundo o Sindicato dos Procuradores da Fazenda, esse roubo por sonegação alcança mais de R$ 400 bilhões por ano, isto é, cinquenta vezes o custo total de todos os estádios da Copa, todos os anos. 
A CPMF propiciava à Receita Federal (RF) identificar mais facilmente os sonegadores. Por isso, foi feita uma exitosa grande campanha pelos partidos "do mercado" (PSDB, DEM, PPS) e pela grande mídia, conseguindo no Congresso extinguir a CPMF "dedo-duro". Os sonegadores venceram, mas perdeu a Saúde Pública, para onde iam os recursos da CPMF. 
Nos últimos anos, há crescente descontentamento com o governo federal nas classes VIP, mais abastadas, pois a RF tem implementado novos meios de descobrir os sonegadores. Esses estão investindo na vitória de candidatos da direita, "do mercado", nas próximas eleições] 

O economista Vermeulen combinou dados de inquéritos do BCE com o ranking dos mais ricos do Mundo publicado pela revista estadunidense "Forbes". Como exemplo, ele diz que, nos EUA, os 1% mais ricos do país detém de 35% a 37% da riqueza total, ao contrário dos 34% afirmados anteriormente." 

Do site "Público.pt", de Portugal:

Um quarto da riqueza de Portugal está nas mãos de 1% da população

Por SÉRGIO ANÍBAL

"Estudo de economista do BCE mostra que o peso da fortuna dos mais ricos ainda é maior do que se julgava.

Afinal, o peso da fortuna dos mais ricos ainda é maior do que se julgava, conclui um estudo publicado esta semana no site do "Banco Central Europeu". No caso português, um quarto da riqueza está nas mãos de 1% da população.

Philip Vermeulen, um economista da "autoridade monetária europeia", decidiu verificar se os dados da distribuição da riqueza publicados nos Estados Unidos e em diversos países da zona euro com base na realização de inquéritos às famílias nos davam uma imagem próxima da realidade. Em particular, o autor quis tentar perceber se os resultados apresentados eram afetados pelo fenômeno já verificado em outras ocasiões, de não resposta ou resposta subavaliada por parte dos inquiridos com maiores rendimentos. E concluiu que sim.

Na resposta a inquéritos sobre a fortuna e os ativos acumulados, as famílias pertencentes aos escalões mais elevados de rendimento tendem a omitir de forma mais significativa os dados reais. E, por isso, a conclusão é simples: o peso da fortuna dos 1% e dos 5% da população mais ricos é afinal bem mais elevada do que se suponha.

Como explica o autor, isso acontece porque, para esses escalões de rendimento, a informação sobre a sua riqueza se torna "mais sensível", com a motivação para a representar erradamente em inquéritos a acentuar-se. A análise de Philip Vermeulen parte dos dados publicados nos Estados Unidos nos inquéritos ao rendimento das famílias e produzidos para nove países da zona euro (incluindo Portugal) a partir de um inquérito do Banco Central Europeu que apenas pode ser consultado por investigadores.

Com base nos dados desses inquéritos, os 1% mais ricos nos EUA detinham 34% da riqueza total das famílias. Um valor que é o mais alto entre as economias mais desenvolvidas. No entanto, conclui Philip Vermeulen, ainda deveria ser maior, situado num intervalo entre 35% e 37%. O economista chega a essa conclusão combinando a informação dada pelos inquéritos com os dados presentes no ranking dos mais ricos do Mundo publicado pela revista "Forbes".

Nos países da zona euro, embora a concentração da riqueza seja menor, a verdade é que a subavaliação registrada nos inquéritos ainda é maior. Na Alemanha, os dados do inquérito apontam para uma concentração de 24% da riqueza global nas mãos dos 1% mais ricos, mas o estudo de Vermeulen sugere que esse valor pode chegar aos 33%. Outros países com diferenças substanciais entre os dados dos inquéritos e a análise do estudo são a Itália, que passa de 14% para 21% e a Holanda, que sobe de 9% para 17%.

Em Portugal, para o qual o "Instituto Nacional de Estatística" não publica o peso dos rendimentos e da riqueza dos 1% mais ricos, é interessante verificar que o inquérito realizado pelo BCE calcula que essa parte da população detém 21% da riqueza total. O estudo agora publica que o número mais próximo da realidade poderá estar situado entre 25% e 26%. No que diz respeito aos 5% mais ricos – que nos EUA detém perto de 60% da riqueza – Portugal registra nos inquéritos 41%, que sobe na análise de Philip Vermeulen para valor entre 44% e 45%.

Entre os nove países da zona euro analisados, Portugal é o terceiro país com maior concentração da riqueza, apenas atrás das Áustria e da Alemanha.

O debate em torno das questões da distribuição do rendimento e da riqueza passou a ocupar lugar de destaque em nível internacional nos últimos meses, especialmente após a publicação nos Estados Unidos, do livro “Capital no Século XXI” de Thomas Piketty. Nessa obra, o economista francês defende, com base em dados retirados das administrações fiscais de vários países do Mundo, que se tem vindo a registrar, desde o início dos anos 80, um agravamento acentuado na desigualdade da distribuição dos rendimentos e da riqueza. A tendência é particularmente forte nos EUA, mas também se verifica na Europa. Piketty diz que esse é um fenômeno que resulta do fato de a rentabilidade obtida pelo fator capital crescer a um ritmo superior à economia e que tende a prolongar-se caso não sejam tomadas medidas corretivas, como o agravamento dos impostos sobre os mais ricos."

FONTE: artigo de Sergio Anibal, no 
site "Público.pt", de Portugal; transcrito e comentado no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/economista-do-bce-afirma-que-concentracao-de-renda-e-maior-do-que-se-pensava) [Título, imagem do google e trechos entre colchetes em azul acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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