quarta-feira, 19 de março de 2014

CINISMO DOS EUA NA CRIMEIA



Atitude dos EUA sobre a Crimeia é cinismo aberto, afirma Putin

"O presidente Vladímir Putin qualificou ontem como "cinismo aberto" a dupla moral dos Estados Unidos em sua recusa a reconhecer a independência da Crimeia, enquanto justifica a separação unilateral de Kossovo com relação à Sérvia.

Não são duas regulações, é cinismo aberto, enfatizou ao pronunciar-se diante da Assembleia Federal da Rússia e de líderes crimeianos e da cidade especial de Sebastópol, independentes da Ucrânia com o respaldo de 96,77% dos votantes em referendo que ocorreu no último domingo.

Putin destacou que a Crimeia recorreu ao mesmo direito que a Ucrânia [recorreu] quando se separou da União Soviética.

O mandatário evocou o caso de Kossovo que foi reconhecido como legítimo, no dia 22 de julho de 2010, pela Corte Internacional de Justiça da ONU, a qual admitiu que a declaração unilateral de independência de uma parte do estado não viola nenhuma norma internacional.

Não há nenhuma proibição ao direito de autodeterminação do povo, reiterou.

Ao referir-se aos Estados Unidos, destacou um memorando encaminhado em 2009 ao Tribunal Internacional, no qual Washington reitera que as declarações independentistas podem ferir a legislação interna dos países, sem que isto signifique violar o direito internacional.

Por que lhes indigna o que eles mesmos escreveram e pregaram por todo o mundo?, perguntou o estadista.

Segundo os Estados Unidos e seus aliados do Ocidente, o que os grupos armados podem fazer em Kossovo não valem para os ucranianos, tártaros e russos da Crimeia, insistiu o chefe do Kremlin durante seu discurso.

Putin deixou claro que os Estados Unidos não se guiam pelo direito internacional, mas sim pelo do mais poderoso.

Empregam o princípio de "quem não está conosco está contra nós", insistiu o chefe do Estado mais extenso do mundo.

Denunciou que quando Washington não consegue seus objetivos viola os acordos do Conselho de Segurança da ONU como ocorreu na Iugoslávia, Afeganistão e Iraque.

"A Crimeia continuará sendo uma casa para todos os povos que convivem nela, mas nunca dos seguidores de Stepan Bandera", enfatizou Putin em alusão aos grupos neonazistas vinculados às autoridades impostas em Kiev depois da derrubada do presidente Víktor Ianukovitch.

Destacou a importância dessa península, sede da Frota russa do Mar Negro, para a estabilidade da região.

Tanto russos como ucranianos podemos perder a Crimeia, alertou o chefe do Kremlin em alusão às ambições da OTAN de continuar sua expansão no espaço pós-soviético."

FONTE: da "Prensa Latina". Transcrito no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=238041&id_secao=9).

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