segunda-feira, 17 de junho de 2013

OIT/ONU DIZ O ÓBVIO: “CRISE E NEOLIBERALISMO ELEVARAM DESIGUALDADE NOS PAÍSES MAIS RICOS

Da “Folha de São Paulo”

“A OIT adverte para riscos de distúrbio social na Europa; desempregados no mundo ultrapassam 200 milhões

América Latina teve melhora no emprego [na última década], mas a desigualdade e o trabalho informal ainda superam a média global.

Relatório divulgado segunda-feira pela “Organização Internacional do Trabalho” aponta que a crise financeira [e as soluções de arrocho ditadas por suas políticas neoliberais] fizeram aumentar a desigualdade social nos países desenvolvidos e o número de desempregados em todo o mundo ultrapassou os 200 milhões, podendo chegar a 208 milhões em 2015.

No estudo anual sobre o mundo do trabalho, a OIT também avalia que o potencial de distúrbios sociais é maior nos 27 países que compõem a União Europeia do que no resto do mundo, devido à crise [que é mundial, mas] que se faz sentir [mais] fortemente na região desde 2008.

Segundo a organização, houve também crescimento no número de pobres, entre 2010 e 2011, em 14 das 26 economias desenvolvidas analisadas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca.

Nos mesmos países, foram registrados forte aumento do desemprego de longa duração e deterioração das condições de trabalho [reflexos também sentidos pela América do Sul em sua experiência neoliberal dos anos 90].

No conjunto de países do G20 (o grupo das principais economias mundiais), o lucro das empresas aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, mas os salários médios subiram apenas 2,2%, e os investimentos recuaram 3,6%.

Ambos os fatores causaram a diminuição da classe média nesses países. Na Espanha, o grupo social passou a representar 46% da população em 2010, enquanto em 2007 era de 50%.

Ao mesmo tempo, os salários dos executivos e os lucros das empresas cresceram mesmo com a crise financeira [e o neoliberalismo], que contribuiram para o aumento da desigualdade.

Na Alemanha e em Hong Kong, os salários dos presidentes das grandes empresas aumentaram até 25% de 2007 a 2011, chegando a ser de 150 a 190 vezes superiores ao salário médio do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 508 vezes.

AMÉRICA LATINA

Diferentemente das economias desenvolvidas, a situação da América Latina foi de melhora no ano passado. [Melhora que começou a crescer na última década com os governos progressistas que abandonaram o “neoliberalismo” imposto pelo Consenso de Washington, especialmente via FMI].

Nesse período, 57,1% da população dos países da região estava empregada, um ponto percentual a mais que em 2007, último levantamento antes da crise financeira internacional. Em alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos percentuais.

Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a classe média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro desse grupo social cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.

No entanto, a OIT destaca que a região [por conta do quadro criado em décadas de governos direitistas] ainda enfrenta desafios como desigualdade social, maior que a média do mundo, e emprego informal.

Na região, a média do emprego informal não agrícola é de 50% --em países mais pobres, como Bolívia, Peru e Honduras, ela supera os 70%.


FONTE: da “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/112257-estudo-diz-que-crise-elevou-desigualdade-nos-paises-mais-ricos.shtml). [Imagens obtidas no Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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