sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

QUEM VENCEU A GUERRA NO IRAQUE?

O premiê iraquiano Nuri al-Maliki [fantoche dos EUA] e o presidente Barack Obama [fantoche do complexo industrial-militar judeu-americano]
Por Eliakim Araujo

[Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

“Toda guerra tem um vencedor. Historicamente, elas acabam com a rendição do exército inimigo ou com a ocupação de seu território pelo exército vencedor.

Nesse aspecto, a guerra do Iraque pode ser considerada sui generis. As forças norte-americanas de ocupação vão deixar o país nos últimos dias de dezembro, sem que se saiba quem venceu a guerra.

É verdade que o fanfarrão George W. Bush anunciou o fim das operações militares em primeiro de maio de 2003, com a deposição de Saddam Hussein, menos de dois meses do início da invasão, que começou em 20 de março do mesmo ano.

A queda de Bagdá e a fuga de Saddam eram eventos suficientes para que ali terminasse a guerra e a frente aliada formada por EUA e Grã-Bretanha proclamasse a vitória contra as chamadas "forças do mal". Mas isso não aconteceu, porque, na verdade, depois disso é que começou a verdadeira guerra que não tem dia, mês e ano para acabar.

Os EUA estarão fora do país até o dia 31, mas a guerra interna iraquiana, com suas especificidades, promete recrudescer a partir de agora.

[OBS deste blog 'democracia&política': Na realidade, não haverá "retirada". Permanecerão no Iraque 16.000 "mercenários", imunes à lei iraquiana. São "soldados civis" de empresas de autoridades norte-americanas (como as ligadas ao vice-presidente de Bush, o "guerreiro falcão" Richard Bruce "Dick" Cheney, entre elas a "Blackwater") que incentivam e promovem as guerras e têm lucros bilionários com contratos com o Pentágono sem licitação].

Essa é a grande preocupação dos atuais líderes iraquianos, a partir do [fantoche] primeiro-ministro Nouri Al- Maliki, que esteve na segunda-feira em Washington para tomar a benção do padrinho Obama. Maliki não esconde o medo do que pode acontecer em seu país depois da saída dos militares norte-americanos, mas o dócil  [submisso ao complexo industrial-militar judeu-americano] Barack Obama prometeu que os EUA continuarão sendo "um parceiro fiel do Iraque" [isto é, parceiro do Iraque, desde que ocupado e com o petróleo explorado pelos EUA].

De fato, o futuro do Iraque é uma incógnita. A partir de janeiro, tudo pode acontecer, desde uma revolta popular nos moldes da chamada “Primavera Árabe’ até o vizinho Irã se aproveitar da ausência americana para influenciar a política iraquiana.

Em clima de campanha para a reeleição, Obama joga pra torcida e só falta anunciar nos palanques: “american people, prometi e cumpri, acabei com a guerra no Iraque”, tentando distrair a atenção do povão, mais preocupado neste momento com a economia do país.

Fica no ar a pergunta: quem ganhou essa guerra? [Além da empresas de mercenários e "de reconstrução" do destruído, que ganharam e continuam ganhando bilhões em seus suspeitos contratos com o Pentágono]. De concreto o que se sabe é que quase 4.500 famílias norte-americanas perderam um ente querido no Iraque e que o país gastou, no mínimo, 3 trilhões de dólares para manter uma guerra de ocupação que começou com uma mentira, a das armas de destruição em massa, pretexto do governo Bush para a invasão, que nunca foram encontradas.

Do lado iraquiano, estima-se que mais de cem mil pessoas morreram em consequência da guerra, a maioria civis inocentes. Quem vai pagar pelos crimes de guerra praticados nestes 9 anos pelo exército invasor?”

[OBS deste blog 'democracia&política': Segundo instituições não-governamentais inglesas, o nº de mortos iraquianos em consequência da invasão dos EUA e aliados chega a um milhão, se contados os indiretamente atingidos. Há cinco anos, em 2006, a revista especializada “The Lancet” publicou estimativa de 654.965 mortes de iraquianos relacionadas à guerra, das quais 601.027 foram causadas por violência dos norte-americanos e aliados.
Considerando que a justificativa norte-americana para a invasão (não-autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, por 15x4) não passou de deslavada mentira (as tragicômicas "armas de destruição em massa" com as quais Saddam destruiria todo o Ocidente), o gigantesco genocídio e a destruição do país que causaram, os norte-americanos deveriam, de joelhos, pedir desculpas e, ao menos, entregarem ao Iraque as devidas gigantescas indenizações].

FONTE: escrito por Eliakim Araujo, jornalista que ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais. Artigo publicado no site “Direto da Redação”  (http://www.diretodaredacao.com/noticia/quem-venceu-a-guerra-no-iraque).
[Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

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