quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O PIBão DO BRASIL E OS COSTUMES (sob a visão demotucana)


[OBS deste blog ‘democracia&política’:

O artigo a seguir apresentado foi escrito por preparado jornalista, o Fernando Rodrigues, porém típico representante da “elite” [sic] tucana (não somente por ser pago pelo jornal tucano-serrista radical “Folha”). O texto contém várias atitudes tradicionais dessa autoproclamada “elite”.

Por exemplo, o artigo repete o hábito comum nos últimos dez anos de, imediatamente após uma boa notícia sobre o Brasil, fazer comentários que denigram o nosso país, o governo, nossa gente. Já postamos aqui artigos observando o 'boom' das conjunções coordenativas adversativas surgido na mídia com o governo Lula. Após notícia positiva sobre o Brasil, vinham logo as adversativas (mas, porém, todavia, contudo, não obstante) seguidas de matéria negativa para o governo federal.


Outro exemplo é a idolatria aos Estados Unidos e à Europa. Esse sentimento de submisso habitante da colônia que tudo admira e é melhor na metrópole vem arraigado há mais de cem anos. Isso transpira no texto do colunista da “Folha” ao envergonhar-se de brasileiros jogando papel na rua, o que os “educados e civilizados europeus não fazem”. Ele está certíssimo ao envergonhar-se, ao reprovar a falta de educação e cidadania dos brasileiros que jogam papel no chão. Temos que abolir esse condenável hábito.


Penso que, acima de tudo, temos de reconhecer que, mesmo assim, somos melhores, e não inferiores. Os ingleses, franceses, alemães, estadunidenses, podem "ser educados e civilizados" ao  jogar menos lixo no chão, mas jogam às pencas, por questionáveis motivos fúteis e sem prévia declaração de guerra, mortíferas bombas sobre populações civis no Iraque, Líbia, Afeganistão, matando com rapidez centenas de milhares de inocentes.


"civilizados" bombardeios da OTAN na Líbia
Para mim, isso não significa a pessoa européia ou norte-americana ser superior, ter elevados “valores civilizatórios” e “bons costumes”, ser “educada e civilizada em público”. O brasileiro ainda pode jogar bolinha de papel no chão, mas não tem o animalesco temperamento assassino de jogar bombas sobre cidades e matar impiedosamente homens, mulheres, crianças, mesmo que sejam habitantes de países que tenham o petróleo tão almejado.

Vejamos o artigo da “Folha:]

O PIBÃO E OS COSTUMES

Por Fernando Rodrigues, da “Folha de São Paulo”

“A caminho da 'Folha', parei ontem em frente à rodoviária de Brasília. Enquanto o semáforo não abria, vi no carro da frente uma mulher arremessar pela janela a embalagem amassada de uma bala ou barra de chocolate. No rádio, o locutor martelava com ufanismo que o Brasil termina este ano como a 6ª maior economia do mundo.

É chato ser estraga-prazeres quando há uma notícia boa, mas jornalistas somos assim mesmo. O menor problema do Brasil é se sua economia passará a do Reino Unido, como a mídia britânica noticiou. Um defeito grave por aqui continua sendo a falta de valores civilizatórios -e nenhum sinal de melhora desse cenário no médio prazo.

Basta refletir sobre a situação acima descrita: apesar do "PIBão", há hoje menos pessoas jogando papel na rua do que havia nos anos 90?

Segundo o vaticínio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, só daqui a 10 ou 20 anos o brasileiro terá o mesmo padrão de vida do europeu. E quanto tempo passará até as pessoas se tornarem mais educadas e civilizadas em público?

Na sua tradicional edição especial dupla de final de ano, a revista britânica "The Economist" traz uma reportagem longa sobre o Brasil. Título: "The servant problem". Em tradução livre, "o problema das empregadas". Trata da dificuldade atual da elite brasileira para encontrar uma funcionária que tire os pratos da mesa, lave a louça e as roupas.

"Na virada do século 21, o Brasil tem grandes similaridades com o Reino Unido de 1880", escreve a revista. Aqui, como lá há 130 anos, a elite reage e fica mal-humorada.

O Brasil, aponta a "Economist", tem mansões sem água quente na pia da cozinha, mas alguns paulistanos usam helicópteros e não possuem máquina de lavar louça.

Pelo slogan dilmista, "país rico é país sem pobreza". Rico o Brasil até já é. Faltam valores e bons costumes. E não apenas para quem é pobre.”

FONTE: escrito por Fernando Rodrigues na “Folha de São Paulo”  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/17155-o-pibao-e-os-costumes.shtml). [título, imagem do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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