sábado, 27 de agosto de 2011

MIRIAM LEITÃO (GLOBO) FAZ TREMER A OSSADA DO BARÃO DO RIO BRANCO


Por José Reinaldo

“A mídia brasileira, vendida aos monopólios e em absoluto conluio com os agressores imperialistas dos Estados Unidos e União Europeia, que através da OTAN estão massacrando o povo líbio, está em ruidosa campanha para “provar” que o Brasil tomou posição “decepcionante” ao não reconhecer o “Conselho Nacional de Transição da Líbia”, acompanhando a posição tomada em maio pelos Estados Unidos e a União Europeia.

Com a evolução dos acontecimentos dos últimos dias, a campanha passou a ser para que o Brasil reconheça logo o “novo governo” do país norte-africano.

Para isso, mobilizou todo o seu arsenal propagandístico, entrevistou professores de relações internacionais, alguns dos quais, para sua decepção, concordaram com a prudência do governo brasileiro. A CBN redistribuiu tarefas e, por dois dias, livrou o distinto público das diatribes de Miriam Leitão, “analista” sobre política macroeconômica. O que resultou num desastre, pois ao promover a jornalista a comentarista de política externa, fez remexer a ossada do Barão.

Para repetir o mantra de que o Brasil já deveria ter reconhecido o “novo” governo da Líbia, porque os Estados Unidos e a União Europeia já o fizeram antes, a moça [Miriam Leitão] desancou a instituição fundada pelo velho Rio Branco. “O Brasil tem uma posição completamente equivocada quanto à Líbia e a Síria. Errou cem por cento do tempo”, sentenciou, confundindo o distinto público, que por um átimo foi levado a pensar que escutava uma catedrática do “Department of State” ou do “Foreign Office”. Pois com tanta sapiência, não creio que a moça quisesse se passar por uma professora do Instituto Rio Branco ou da Fundação Alexandre de Gusmão.

A jornalista do sistema Globo falou barbaridades do Lula, cuja visita como chefe de Estado à Líbia ela estigmatizou como “horrorosa”. E, numa demonstração de que os “princípios editoriais” recentemente anunciados pelos herdeiros do Dr. Marinho não passam de uma farsa, mentiu desabridamente ao dizer que, à época, Kadafi “já era um pária internacional”. Não era, senhora jornalista. Na verdade, tinha deixado de ser, pois então o dirigente líbio privava de amizade com líderes ocidentais como Berlusconi e Sarkozy, este último, inclusive, um mal-agradecido, pois o “ditador” líbio financiou sua campanha eleitoral, como é notório, e o italiano fez com o país norte-africano bilionários negócios.

Durante os pouco mais de cinco minutos que durou a entrevista na CBN, a nova comentarista de política externa das organizações Globo bateu na tecla de que “a cúpula do Itamaraty” foi incapaz de interpretar os fatos e de entender “para onde os ventos sopram”.

E para evidenciar o contraste da orientação da Casa de Rio Branco com a que já adotou em outras épocas, a jornalista recorreu em apoio ao seu argumento à muleta de uma citação de fato histórico. Ela contou aos atentos ouvintes da emissora que, na independência de Angola, “em 1974”, o governo militar brasileiro foi o primeiro a reconhecer o “governo comunista” do MPLA. Fosse afirmação, se feita numa prova de admissão do concurso de formação de diplomatas do Instituto Rio Branco, ela teria sido reprovada. A independência de Angola se deu em novembro de 1975. E o governo do MPLA, embora alinhado com a União Soviética e com muitos comunistas desempenhando nele papel de destaque, não era propriamente um “governo comunista”, mas patriótico, de libertação nacional.”

FONTE: escrito por José Reinaldo, editor do portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=162139&id_secao=6) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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