quarta-feira, 25 de maio de 2011

CRISE EUROPÉIA: A PARTILHA DA GRÉCIA


“Fracassada a estratégia ortodoxa de 'recuperar' economias européias em crise com doses cavalares de veneno fiscal --cortes de gastos, cortes de direitos trabalhistas, cortes de salários etc-- credores, rentistas e inspetores dos mercados acionam a fase 2 do martírio: a palavra de ordem agora é antecipar a partilha do patrimônio público grego, como os aliados fizeram com a Alemanha depois da derrota na 1ª Guerra.

É uma espécie de 'caiu a ficha' com sabor de 'salve-se quem puder'.

Como as políticas de austeridade impostas à sociedade grega deram, obviamente, resultado inverso ao pretendido, ou seja, a crise se agravou e a recessão piorou a saúde financeira do Estado na medida em que encolheu as receitas, o jeito agora é 'tomar em espécie' o que os mercados consideram que é seu.

Antecipar e ampliar as privatizações previstas nos 'acordos' de refinanciamento é o novo bordão martelado por seus centurões na mídia e fora dela. Na prática, significa sangrar o que resta de hemoglobina no metabolismo econômico do Estado grego, aprofundando a crise com as previsíveis "reestruturações" e "reengenharias" de cortes em massa de empregos nas empresas e serviços alienados.

Com a economia em recessão é muito difícil continuar promovendo grande aperto fiscal (para pagar dívidas vencidas e a vencer); acho que, em vez disso, as vendas de ativos poderiam ser usadas como principal meio de sinalizar o comprometimento da Grécia", assume David Mackie, principal economista do banco “JP Morgan Chase” na Europa.

O governo socialista de George Papandreu tem uma única opção ao autodesmonte e à pilhagem: decretar a moratória da dívida. Cientes desse risco, credores e rentistas reajustaram as taxas de juros na aquisição de títulos de economias européias em crise: esta semana, o juro para o seguro da dívida grega contra eventual moratória atingiu o maior nível da história do euro; o rendimento exigido dos títulos públicos italianos --outra economia em apuros-- chegou ao seu maior patamar em quatro meses; e, finalmente, o governo espanhol, depois da maior derrota socialista em 30 anos, está sendo obrigado a pagar os juros mais elevados desde janeiro para se refinanciar no mercado.”

FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” em 24/05/ 2011 (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm) [imagem do Google adicionada por este blog].

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