sábado, 28 de agosto de 2010

IBGE: NÚMERO DE OCUPADOS É RECORDE E DESEMPREGO DESCE A 6,9%

O total de população ocupada em julho nas seis principais regiões metropolitanas do País, de 22 milhões, foi o maior nível de pessoas com trabalho da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, iniciada em março de 2002. A taxa de desocupação caiu a 6,9%, a menor já registrada para o mês.

A informação partiu do gerente da PME, Cimar Azeredo. De acordo com ele, foram criadas 141 mil vagas entre os meses de junho e julho. Na comparação com julho do ano passado, o mês de julho deste ano apresentou um acréscimo de 687 mil postos de trabalho.

PRIMEIRA VEZ

Ele lembrou que, nos primeiros meses deste ano, o patamar de população ocupada sempre registrava níveis em torno de 21 milhões de pessoas. "Foi a primeira vez, em julho, que atingimos este patamar de 22 milhões", comentou. Ainda segundo o economista, o patamar de população desocupada (sem emprego procurando trabalho) em julho, de 1,644 milhão, foi o menor da série.

A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,9% em julho, ante 7,0% em junho, a menor para meses de julho da série histórica, iniciada em 2002. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dado também representou a segunda menor leitura da história. O resultado ficou no piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 6,90% a 7,40%, e abaixo da mediana, de 7,0%.

RECUPERAÇÃO

A taxa média de desemprego de janeiro a julho foi de 7,3%, a menor, neste tipo de comparação, para os primeiros sete meses do ano desde 2002, segundo Azeredo. Ele observou que, no acumulado de janeiro a julho de 2009, a taxa média de desocupação (pessoas sem trabalho e procurando emprego) era bem mais forte, de 8,5%. "O fechamento parcial do ano de 2010 mostra-se mais favorável, sob a ótica da taxa de desocupação, do que o fechamento parcial observado em 2009", afirmou. "Passados os efeitos da crise, o mercado de trabalho volta a ter a evolução que ele tinha nos anos de 2007 e de 2008 [no cenário pré-crise global]", completou.

O gerente da PME observou que as taxas de desocupação não são dessazonalizadas, ou seja, não foram descontados os efeitos sazonais. "É importante notar que, em caso de séries dessazonalizadas, é sempre bom comparar com iguais meses de anos anteriores", afirmou Azeredo. "Mas creio que se tirarmos os efeitos sazonais, definitivamente estaríamos em julho com a menor taxa de desocupação da série", disse.

Ele explicou que o fato de um mês de julho atingir uma taxa próxima às registradas para meses de dezembro é um sinalizador bastante favorável. Embora tenha ressaltado que o IBGE não faz previsões, o gerente comentou que, ao se analisar a série histórica da PME, é possível observar que os meses de dezembro quase sempre apresentam as menores taxas mensais de desocupação (desemprego) do ano. Isso porque o último trimestre conta com economia aquecida, com abertura de postos de trabalho temporários ou não. "Para a taxa não ser menor nos próximos meses teria de acontecer algum ruído na economia", disse.

RENDIMENTO MÉDIO

O rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação positiva de 2,20% no mês passado ante o mês anterior e aumento de 5,1% na comparação com um ano antes.

A alta de 5,1% na renda média foi a mais elevada desde janeiro de 2009, quando avançou 5,9%. "O mês de julho teve a sexta alta consecutiva no rendimento real, neste tipo de comparação", comentou Azeredo.

Ele comentou que a melhora na renda do trabalhador é fruto de um cenário mais favorável no mercado de trabalho, com aumento da população ocupada e do número de trabalhadores de carteira assinada. Além disso, houve uma melhora na qualidade do emprego, bem como uma recuperação na abertura de postos de trabalho na indústria, que foi muito afetada pela crise global. "Todos os setores pesquisados apresentaram alta nos rendimentos dos trabalhadores, na passagem de junho para julho", acrescentou.

MASSA DE RENDA

A massa de renda real habitual da população ocupada nas seis principais regiões metropolitanas, apurada pelo IBGE, somou R$ 32,3 bilhões e subiu 3,0% em julho ante junho. Ainda segundo o IBGE, na comparação com julho do ano passado, a massa de renda habitual avançou 8,7% em julho deste ano.

O instituto informou ainda que a massa de renda real efetiva, em junho, totalizou R$ 32 bilhões e subiu 3,2% ante maio. Na comparação com junho do ano passado, a massa de renda real efetiva subiu 8,8% em junho deste ano. Este indicador do IBGE sempre se refere ao mês anterior ao da pesquisa de emprego divulgada.

A REALIDADE E AS PESQUISAS

Graças ao crescimento da economia e às políticas de estímulo ao mercado interno, com destaque para a valorização do salário mínimo, o mercado de trabalho no governo Lula tem se comportado de forma positiva para a classe trabalhadora, num contraste notório com os governos neoliberais de FHC, que multiplicou por três a taxa de desemprego e ampliou a precarização no país.

A diferença ajuda (e muito) a explicar os resultados das pesquisas eleitorais. O povo reprovou o neoliberalismo tucano e sabe bem o que José Serra representa: o retrocesso das relações trabalhistas, criminalização dos movimentos sociais, novas privatizações, subserviência diante dos EUA e da União Europeia, hostilidade com os governos progressistas da América Latina e, ainda, como tempero, a perspectiva de desemprego em massa e arrocho dos salários, que na atual conjuntura estão crescendo e se recompondo das pesadas perdas impostas no passado.

Dados do Dieese revelam que 97% de 290 categorias cujas campanhas salariais são acompanhadas pelo órgão conquistaram reposição integral da inflação (INPC) ou aumento real nas negociações realizadas durante o primeiro semestre deste ano. A valorização do trabalho anda de mãos dadas com o crescimento da economia e o desenvolvimento nacional.”

FONTE: publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135801&id_secao=2).

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