sexta-feira, 22 de maio de 2009

A FÁBRICA DE CHIPS

Li hoje no blog do jornalista Luis Nassif a seguinte reportagem obtida no clipping do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:

BRASIL ENTRA NA DISPUTA PELO MERCADO GLOBAL DE CHIPS

“A tradicionalmente deficitária balança comercial de eletroeletrônicos poderá ser a primeira a se beneficiar da abertura da fábrica do Centro Especializado em Semicondutores (Ceitec ), em Porto Alegre, em julho. O projeto de R$ 350 milhões teve origem em 2000 como uma associação civil sem fins lucrativos. Desde novembro, no entanto, o sonho de cientistas e empresários foi transformado em uma empresa, de propriedade do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com capacidade para produzir 400 milhões de unidades por ano.

Longe de ser consenso entre especialistas, o centro, em sua nova condição, hoje tem como missão competir globalmente por uma fatia do mercado de chips dedicados, que movimenta US$ 250 bilhões anuais. Diferente dos usados em computadores, estes semicondutores são adotados em celulares, televisores e em milhares de equipamentos.

Para o alemão Eduard Rudolf Weichselbaumer, empossado em fevereiro depois de participar de um processo de contratação do qual participaram candidatos de todo o mundo, a nova empresa tem tudo para dar certo. Seus planos contemplam o desenvolvimento em grande escala de produtos até 60% mais baratos que os ofertados no mercado internacional, parcerias com empresas globais - condicionadas à transferência de tecnologia -, fluxo de caixa positivo em três anos, abertura do seu capital neste mesmo intervalo e lucro a partir do quarto ano de produção industrial.

”Vamos trabalhar em produtos que possam ser lançados no mercado em volumes de milhões de unidades”, explica Weichselbaumer. Segundo ele, já estão em desenvolvimento três chips com demandas mínimas de 20 milhões de unidades por ano. “Isso, numa projeção conservadora”, ressalva. Entre eles estão a versão dois do chip do boi - que permite armazenar todos os dados do histórico de cada animal a ser lido por sensores de radiofrequência, permitindo a rastreabilidade dos animais-, e um modulador de televisão que cumpre e norma brasileira da TV digital e pode ser usado, ainda, nos mercados japoneses ou que usam TV digital de tecnologia japonesa.

“No caso do chip do boi, conseguimos produzir um brinco por R$ 3 a unidade, quando a concorrência vende a R$ 7″, informa. Segundo ele, o projeto está na fase piloto, e 15 mil unidades desenvolvidas pelo Ceitec e fabricadas por terceiros serão testadas a partir de junho nos campos de quatro fazendas, numa encomenda do Ministério da Agricultura. Segundo o executivo, este é um exemplo típico de segmento de grandes volumes. Só o Brasil possui 200 milhões de cabeças de gado.

Segundo Weichselbaumer, o Brasil tem condições muito favoráveis para se tornar um produtor de semicondutores regional. “Já existem hoje cerca de 1,8 mil engenheiros projetistas no País”, enumera. “Além disso, há uma indústria de eletroeletrônicos importante aqui”. Por fim, lembra, o mercado pode ser uma base de produção para a América Latina.”

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