quinta-feira, 30 de outubro de 2008

COM LULA NO PODER, OPOSIÇÃO PERDE 910 PREFEITURAS

O blog de Luis Favre ontem postou o seguinte texto de Marcelo de Moraes, do jornal O Estado SP:

DEM é partido mais ‘desidratado’ da era petista e deixou de controlar 532 municípios em relação a 2000, quando ainda se chamava PFL

“O período de poder do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representou uma desidratação municipal dos partidos de oposição. Em relação ao mapa eleitoral municipal de 2000, quando o tucano Fernando Henrique Cardoso ainda era o presidente, PSDB, DEM e PPS, atualmente as principais legendas da oposição, já encolheram em 910 prefeituras. A maior redução aconteceu com o DEM, que deve comandar a partir do próximo ano 532 cidades a menos do que fazia em 2000, quando ainda se chamava PFL.

Esses números apontam claramente a volatilidade da política nacional, onde grande parte dos políticos se alia automaticamente aos principais núcleos de poder do País, independentemente de ideologia.

Assim, o PMDB, que se manteve na base de sustentação do governo federal durante as gestões de Fernando Henrique e de Lula, conseguiu preservar nos últimos anos sua condição de partido com o maior número de prefeituras. Enquanto era aliado de Fernando Henrique em 2000, os peemedebistas conquistaram a gestão de 1.257 cidades.

Na eleição seguinte, em 2004, houve uma queda por conta da demora do partido em aderir completamente ao novo governo petista. O PMDB perdeu 200 prefeituras, mas mesmo assim ainda venceu em 1.057 cidades. Agora, completamente afinado com o governo Lula, o partido voltou a se fortalecer, com vitórias em 1.203 municípios.

DECLÍNIO

Para a oposição, ao contrário, o afastamento do Palácio do Planalto significou a redução de sua capilaridade municipal. Em 2000, quando ocupava a Vice-Presidência da República e era o segundo partido mais forte do governo Fernando Henrique, o então PFL ganhou em 1.028 cidades. Quatro anos depois, caiu para 790. Desde então, já com o nome novo e um discurso muito forte de oposição ao governo federal, a queda foi mais drástica ainda, com a vitória em apenas 496 cidades, embora tenha vencido em São Paulo - a maior de todas. Um desempenho pior, por exemplo, que o modesto e governista PP, que ganhou em 549 municípios.

O comando nacional do DEM atribui também essa queda à suposta cooptação feita pelo governo federal sobre os quadros do partido. Segundo o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), somente a adoção do princípio da fidelidade partidária - que puniu os infiéis com a perda de mandato - foi capaz de frear a sangria nos quadros do partido.

Entre os tucanos, a queda foi menos sensível até por conta dos importantes governos regionais controlados pelo partido, como São Paulo e Minas Gerais, e pela expectativa de poder para a sucessão presidencial de 2010. Afinal, o partido tem hoje nos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, dois nomes com grande potencial político para disputar a sucessão de Lula. Mesmo assim, os tucanos perderam 204 cidades desde 2000.

PPS

Menor dos três partidos de oposição, o PPS também sentiu na pele os efeitos de ser ou não aliado do governo. Em 2000, tinha 166 prefeituras. Embora tivesse candidato à Presidência em 2002, com Ciro Gomes, sua direção mantinha boa relação com o governo Fernando Henrique.

Com a vitória de Lula, o PPS se juntou à base aliada, ganhando o Ministério da Integração Nacional, entregue justamente a Ciro, e outros cargos importantes. Assim, saltou em 2004 para 306 prefeituras.

Mas o PPS rompeu com o governo nesse mesmo ano e Ciro acabou se mudando para o governista PSB. Na oposição, o PPS voltou a encolher, caindo agora para 132 prefeituras.”

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