quarta-feira, 16 de abril de 2008

TUCANOS PREOCUPADOS – JUSTIÇA DE MÔNACO AUTORIZA EXTRADIÇÃO DE CACCIOLA

Lembro-me muito bem de uma entrevista do repórter Fábio Pannunzio, da TV Bandeirantes, com o ex-banqueiro Salvatore Cacciola já foragido na Itália.

Foi há uns quatro anos, em 11/11/2004. Foi bombástica. Cacciola explicitamente denunciou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Malan pelo envolvimento doloso no crime de vazamento antecipado para ele de notícia sigilosa, na longa entrevista transmitida no horário nobre do noticiário noturno daquela TV paulista.

Segundo Cacciola disse para as câmeras, FHC e Malan teriam antecipado, reservada e exclusivamente para ele, a decisão governamental de desvalorizar a moeda no dia seguinte. Aquilo deu um prejuízo superior a R$ 1,5 bilhão para o Banco Central e o correspondente ganho (ou não perda) para o banco de Cacciola.

Cacciola estava na Itália porque tem cidadania também italiana e, ao ser preso no Brasil, para lá fugiu com a ajuda do Ministro Marco Aurélio Mello.

O que me impressionou muitíssimo mais do que a confissão e a denúncia frente às câmeras da TV Band foi o dia seguinte. A TV Bandeirante e todos os jornais e demais redes de televisão esconderam completamente aquelas revelações. Nunca mais tocaram no fato daquela grave denúncia. Até hoje.

Agora pela manhã, li a notícia abaixo vinda de Mônaco pela Agência France Presse e aqui publicada pela Folha Online.

Certamente, os tucanopefelentos e a grande mídia devem estar muito preocupados.

Transcrevo:

Justiça de Mônaco dá parecer favorável à extradição de Cacciola

“A Justiça de Mônaco divulgou nesta terça-feira (15) um parecer favorável à extradição ao Brasil do banqueiro Salvatore Cacciola, informou o advogado do réu, Franck Michel, à France Presse.

Preso em Mônaco desde 15 de setembro do ano passado, o ex-dono do banco Marka é procurado por desvio de fundos e gestão fraudulenta.

A decisão de extradição, para ser definitiva, precisa ser validada pelo príncipe Albert 2, que governa o Estado mediterrâneo.

Se isto acontecer, Michel pedirá um "adiamento da aplicação" da medida, para levar o caso ao Supremo Tribunal de Mônaco, que decide a respeito de litígios administrativos e constitucionais, informa o jornal "Mônaco-Matin".

Tradicionalmente, o príncipe nunca concedeu uma decisão contrária à do Tribunal de Apelações de Mônaco em processos de extradição.

Em 2005, o banqueiro foi condenado no Brasil em um julgamento à revelia a 13 anos de prisão por crimes financeiros.

Foragido do Brasil desde 2000, Cacciola foi preso pela Interpol em Mônaco. Desde então, o governo federal vem tentando a extradição dele para o Brasil.”

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