sábado, 19 de abril de 2008

CRISE DE ALIMENTOS NO MUNDO CAUSADA PELOS PAÍSES RICOS

O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu acusações do FMI e sugeriu o fim de subsídios agrícolas nos países ricos.

Transcrevo notícia publicada ontem, 18/04/2008, às 20h01, pelo site “O Globo Online, O GloboReuters”.

“O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta sexta-feira (18), que existe uma discussão equivocada e simplista no momento, quando o assunto é a produção de biocombustíveis e seu impacto nos preços dos alimentos.

Segundo o ministro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria financiar políticas para esse tipo de energia renovável nos países africanos e latino-americanos mais pobres.

As nações desenvolvidas, acrescentou Amorim, fariam sua parte abrindo seus mercados e reduzindo os subsídios.

O exemplo mais claro e nítido que existe, de que esse discurso é equivocado, é o Brasil. No Brasil, a produção de etanol aumentou junto com a produção de alimentos - afirmou o chanceler, após a assinatura do documento final que saiu da 30ª Conferência Regional das Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Ele defendeu o manejo responsável dessas políticas, a melhor distribuição de renda nos países pobres e responsabilizou os grandes pagadores de subsídios -- União Européia e Estados Unidos-- pela atual situação em regiões como a África e a América Latina.

O que impediu o crescimento da produção de alimentos em países africanos e em países sul-americanos foram os subsídios. Não foi o biocombustível."

"Na África, que me conste, não se deixou de produzir alimentos para se passar a produzir biocombustíveis. Não produziam alimentos e continuam sem produzir alimentos, porque os subsídios da Europa e dos Estados Unidos impedem que isso ocorra" -afirmou.

"Se o diretor-geral do FMI e o presidente do Banco Mundial querem dar uma recomendação que realmente melhore a produção de alimentos nesses países, deveriam dizer o seguinte: em vez de reduzir (os subsídios agrícolas) para US$ 14 bilhões nos Estados Unidos ou para US$ 20 bilhões na Europa, reduz a zero" - complementou o ministro.

As declarações de Amorim foram uma resposta às declarações do diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn. O dirigente do Fundo disse, nesta sexta-feira, que os biocombustíveis produzidos com produtos agrícolas alimentares criam "um verdadeiro problema moral para a humanidade". Segundo ele, distúrbios ainda piores do que os das últimas semanas ainda devem ocorrer no mundo por causa do encarecimento dos alimentos.”

2 comentários:

Flavinho disse...

Quando esse Dominique foi escolhido para presidente do FMI, muitos blogs de esquerda apontaram ele como ex-socialista e que ele mudaria o FMI. Pelo visto, ele vai ser mais um babaca a sentar na cadeira de presidente.

Unknown disse...

Prezado Flávio,
O FMI sempre foi dominado pela vontade dos EUA. Em segundo plano, atende os países europeus. Um presidente não mudaria muita coisa. Qualquer mudança será árdua e lenta. Paulo Batista Nogueira Jr de vez em quando relata na imprensa (Folha e outros) seu esforço e as dificuldades para melhorar o FMI.
Obrigado
Maria Tereza