segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

FEBRE AMARELA – ESPETÁCULO DE CONTORCIONISMO

Já comentamos há poucos dias neste blog a impetuosa e incorreta campanha da imprensa que indevidamente causou desinformação, medo e pânico na população. Exortadas pela mídia, pessoas correram nervosas para imensas filas em postos de vacinação, em cidades fora de risco. Muitos se vacinaram mais de uma vez, com casos de morte por isso.
Os malefícios desse comportamento insano e irresponsável das TV, jornais e rádios têm sido muito grandes. É lógico que houve interresses político-partidários escusos nessa campanha, mas não trataremos disso agora.
O fato positivo é que já surgem na imprensa textos e programas de TV com a correta análise da situação e os devidos esclarecimentos e orientação à população.
O aspecto jocoso dessa correta nova postura de alguns meios de comunicação é o verdadeiro número de circo, de contorcionismo, que os repórteres e editoriais passaram a fazer para mudar de posição sem deixar, lógico, de atacar o governo federal. Informam conceitos corretos sobre tomar ou não a vacina, riscos ao tomá-la etc, mas acusam o governo de não ter feito campanha de esclarecimento corrigindo e se contrapondo às informações erradas da mídia e assim por diante. Um difícil e elaborado espetáculo de contorcionismo verbal.
Assisti ontem, 20/01/2008, um esclarecedor programa que debateu o problema da febre amarela no Brasil. Foi o “Canal Livre”, da Rede Bandeirantes de televisão. Dois renomados especialistas foram entrevistados. O infectologista Dr. Rudolf Uri Hutzler, do hospital Albert Einstein de São Paulo, e o também infectologista Dr. Marcelo Nascimento Burattini, da Faculdade de Medicina da USP. Parabéns à TV Bandeirantes.
Um detalhe cômico foi observar as expressões de desconforto e contrariedade de entrevistadores quando aqueles especialistas abordavam aspectos negativos do governo FHC, como o fato de terem sido em muito maior número os casos de morte por febre amarela em vários anos daquele governo do PSDB/DEM.
Independentemente de governo A ou B, a febre amarela existente no Brasil é a silvestre e é um fenômeno cíclico, correlacionado inclusive com os sete anos de vida em média dos macacos, que são vítimas e instrumentos do ciclo de desenvolvimento da doença. Por exemplo, há cerca de sete anos, em 2000, houve 85 casos e 42 mortes; em 2001, 41 casos e 22 mortes.

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